O CORPITCHO

Cuca sã, corpitcho sano!

05 maio 2010

Acordando

Não foi no auge de uma crise, ou pelo menos não parecia ser, mas foi num determinado momento que eu queria cuidar mais de mim, pois havia enfim percebido que eu não estava bem em alguns aspectos e precisava me resgatar.

Também não foi num check up geral; comentei com amigos que sentia dores no corpo, como quem está prestes a ter uma forte gripe, ou um reumatismo, mas não era bem isso. Daí me recomendaram um reumatologista. Confesso que nem sabia ao certo o que esse profissional fazia. Na minha santa ignorância, achava que tinha algo haver com tratamento de idosos. Marquei hora.

No consultório, esperando ser atendida, vi um folheto do Conselho Nacional de Reumatologia que dizia: “Dores nas costas? Dores nas juntas? Sensações de dores no corpo todo? Procure um reumatologista”. “Estou no lugar certo”, pensei. Tirei um livro da bolsa, que estava num momento interessante da trama, mas enquanto lia, parte do pensamento vagava, lamentando estar me sentindo como uma velha e por isso estar num “médico de velhos”. “Você não tem idade para ter essas coisas, Aline, tem que se tratar” – a voz de uma amiga martelava minha cabeça.

Logo fui chamada ao consultório. O médico foi cordial, atencioso e objetivo. Antes que eu fizesse qualquer comentário ou pergunta, ele se adiantou dizendo “não sou médico de velhos”, como que adivinhasse meus pensamentos. Isso e fez relaxar. Não me sinto velha, não sou velha, ainda não, vou ficar, mas quero chegar lá melhor do que me sinto agora.

Daí o médico perguntou porquê eu o havia procurado. Expliquei minhas dores nas costas, nas juntas dos dedos, às vezes nas pernas. Então ele começou uma sequência de perguntas. Se eu sentia isso ou aquilo e respondi sim a praticamente todas as perguntas. Pediu um exame médico mais para descartar uma inflamação óssea, no entanto acrescentou que tudo indica um quadro de “fibromialgia em grau moderado respeitável”.

Fiquei abobada por um tempo, pois conheço a fibromialgia por tê-la estudado na ação de uma cliente numa ação trabalhista. No mesmo instante me veio a imagem daquela cliente na cabeça e achei tudo terrível, pois nunca conheci alguém tão deprimido e pra baixo como ela. Eu não sou assim, nem perto disso! Ou sou?!

Fiquei pasma por uns dois dias, quando fui à minha ginecologista levar exames e o diagnóstico do reumatologista. Ela não é apenas minha médica, como também minha amiga. Sempre meiga, gentil e tranqüila. Quando ouviu o diagnóstico saiu do sério, jogou a caneta na mesa e disse: “Não acredito que você está com fibromialgia, Aline!! Isso significa que tudo que você vem fazendo até agora está errado, está na hora de você mudar! Chega!

Os conselhos dela me atropelaram como um rolo compressor. Ela está certa, tenho que mudar. O diagnóstico de fibromialgia me abriram os olhos, o coração e a mente. Não posso mais ficar dizendo que estou bem , que tudo está bem se meu corpo está gritando dizendo que não estou. Quero renascer das cinzas como uma fênix, virar a mesa, e tomar um novo rumo na vida. Vou começar já, mesmo sabendo que o resultado pode demorar a aparecer, mas a hora de começar é já!


Para quem quer entender mais: www.fibromialgia.com.br