O CORPITCHO

Cuca sã, corpitcho sano!

14 outubro 2006

Aquilo que cega


Olhos famintos, que querem comigo?
- Quero o que tens e o que terás
Sua alma, seu corpo, seu mundo
Tudo aquilo que não sou, que não tenho, que não sei.
Nada completa e o vazio me preenche
Desejo tudo e nada me deseja, quero ser sem poder estar
Vivo o contra-senso e a 'inversão'
Me fortaleço na fraqueza de espírito,
no caráter oblíquo, no humor sem riso, na solidão.
Anelo em segredo pela clareira que tua aura faz,
nas outras que andam contigo,
pela alegria, pela luz, pela paz
Vivo na escuridão e me sinto escondido.
Faço o seu caminho, te encontro onde for para sorver e semear o nada.

Olhos famintos, escondes tão mal...
Pensas que eu não sei quem és e onde estás?
Tu és um dos sete, consome injuriadamente.
Teu nome latino, tua cara comum, teus cabelos desgrenhados,
Sem esquecer tua pele esponjosa, tua companhia superficial, teu cheiro acre, tua presença despercebida.
És insignificante. Recolha-te, cala-te, esqueça-me.


Imagem "Natural Envy" de Tyler Knott.
NATURAL ENVY
i have seen the wind
blowing past her face
stop
to turn around
and stare
i have watched the sky
shining bright and clear
cloud over
and spit rain
envious
of the tear?s shape
upon her cheek
all the birds
in all the trees
grew silent
together
straining
to memorize
her song
i have walked amongst
flowers weeping
for the scent she alone
possessed
-tkg-